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Vale do Amanhecer - Esclarecimento e Reflexão.

  • Foto do escritor: Ciência x Religião
    Ciência x Religião
  • 9 de out. de 2019
  • 50 min de leitura

Atualizado: 19 de set. de 2020

Como nós humanos temos que evoluir na questão mística religiosa, assistimos gente com estudo, inteligente, articulada, que não está tirando nenhum proveito material, ingressando em seitas sem fazer os questionamentos de fatos que por se só põem em xeque a verdade do certo ou errado.


Se você acredita fervorosamente que, a doutrina do Vale do Amanhecer é verdadeira, certamente que o presente texto não foi escrito pra você! Mas, se mesmo levado pela fé e o lado emocional consegue atribuir racionalidade quanto do "Aceite" da verdade, então poderá continuar. É preciso deixar o raciocínio e autocritica bem como a história da humanidade falar mais alto, colocando os fatos e a lógica para que a verdade seja revelada.

“Nossas preferências não determinam o que é verdade.”

Uma das lições mais tristes da história é a seguinte: Se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é evitar qualquer evidência do logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou. É simplesmente doloroso demais admitir, mesmo para nós mesmos, que fomos enganados. Carl Sagan

Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.

- Carl Jung, em 'A Prática da Psicoterapia'.


Nós os seres humano somos uma espécie racional possui coesão, inteligência, uso da razão, ponderação, bom senso. Só que isso é pouco utilizado de forma verdadeira pela maioria das pessoas.

Por essa razão que as doutrinas e seitas são como ópio da humanidade, onde as pessoas vivem nessa escravidão mental como pássaros presos em gaiolas, mesmo que abrir as portas não conseguem sair pois estão dependentes desse processo como os viciados em drogas. Pois esse processo atua na mente liberando os “hormônios do prazer”, a dopamina, serotonina, endorfina e a ocitocina são substâncias químicas produzidas pelo cérebro, essenciais para o desempenho de diversas funções físicas e psicológicas, e também estão relacionadas às sensações de motivação, alegria, euforia e ao bem-estar geral.

E isso fica evidente no Vale do Amanhecer uma doutrina que usa do sincretismo religioso, onde utiliza Deus, Jesus e santos da igreja católica e guias espirituais fantasiosos como índios com características completamente fora das suas origens, ciganos, sereias, extraterrestres e guias da mitologia africana como pretos velhos e Obàtálá onde é aclamado nos tronos. Não passam de uma invenção utilizada como muitas outras crenças com o intuito de dominar as pessoas, e vamos admitir que isso é uma grande jogada pois 95% das pessoas seguem alguma crença.

Hoje em dia é possível encontrar qualquer informação em segundos, obter conhecimento sem sair de casa e se comunicar com pessoas do mundo inteiro com apenas um clique. No entanto o nível de inteligência humana começou a declinar de forma constante. Daqui a um século e meio um adulto terá a inteligência que uma criança de 9 anos tem hoje. E a doutrina do Vale do Amanhecer é um grande indicador desse processo, da mesma maneira que uma criança acredita em papai Noel, fadas madrinhas, assombração e bicho papão. Quando vemos adultos acreditarem em uma doutrina desse tipo mostra isso o quanto as pessoas são dependentes de crença por estar vivendo uma crise existencial emocional e não terem capacidade de lidar com suas frustrações, seus traumas, suas dores e seus medo, ficam ingressando em seitas e crenças por falta de coragem de encarar a vida de frente.


VALE DO AMANHECER


O Vale do Amanhecer conforme as visões de Tia Neiva, a clarividente e fundadora da doutrina, o pai Seta Branca mentor e principal guia espiritual do Vale do Amanhece era um cacique INCA de origem peruana sul-americano.


Mas as características física e trajes não é dos povos Incas e nem dos indígenas sul-americano e sim dos índios norte-americanos e está montado em um cavalo em algumas imagens, os índios sul-americanos não usavam vestimentas como as descritas pela vidente e muito menos tinha o costume de montar em cavalos, mesmo pela razão não ter cavalos no Peru na época descrita da existência do Seta Branca, pois os cavalos foram trazidos da Espanha. Os primeiros chegaram América do Sul em 1.526.

PAI SETA BRANCA.


Relato escrito pela a vidente descrevendo o cacique Pai Seta Branca.


” Na época da conquista da América, no século XV, Oxalá era o grande cacique de uma tribo Inca, estabelecida em Machu-Pichu, tendo recebido o nome de Seta Branca por causa de sua lança armada com a presa de javali.” Fonte: www.valedoamanhecer.com


Detalhe os incas não tinham cacique na sua hierarquia, o imperador inca na época da invasão espanhola era Pachacuti e o último foi o imperador Tupac Amaru, portanto os nomes incas não usavam elementos ou nomes de animais isso é costume dos indígenas norte-americanos.


Origem do nome Cacique:


Cacique é a denominação tradicionalmente adotada na língua portuguesa e outras línguas europeias para se referir aos chefes políticos ameríndios que faziam a ponte entre a administração colonial e os interesses locais.


Etimologia: O termo é proveniente do idioma taino da ilha de Hispaniola e chegou às outras línguas através do castelhano cacique. A utilização dessa palavra originalmente por espanhóis e portugueses deu pelo fato de os índios aruaques terem sido os primeiros povos ameríndios contatados pelos navegadores europeus do século XV, quando da descoberta da América por Cristóvão Colombo.


Apesar do uso do termo cacique pelos colonizadores europeus em toda a América, cada grupo indígena de diferentes regiões do continente possuía uma denominação e concepção próprias para suas lideranças. Mburovixá é a denominação que os povos Guaranis deram para seus líderes; já para os Tupis, as denominações eram Morubixaba, Murumuxaua, Muruxaua, Tubixaba e Tuxaua; o termo Curaca era usado para uma espécie de prefeito entre os povos INCAS de terras andinas no tempo da invasão promovida pela colonização europeia. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


CAVALOS NA AMÉRICA.


Os antepassados diretos do cavalo americano, foram trazidos da Espanha. Os primeiros chegaram ao Caribe na segunda expedição de Cristóvão Colombo em 1493, após com a de Hernan Cortez 1519 e muitos outros colonizadores abaixo alinhados com certa cronologia.

Aclimatada ao novo ambiente a manada reproduziu-se com rapidez e em poucos anos, estendeu-se para as Antilhas e passou ao Continente juntando-se aos cavalos trazidos ao Peru por Pizarro em 1526.


No Sul, contemporaneamente, cavalos vindos diretamente da Espanha, foram introduzidos na região do Rio da Prata em 1535, por Pedro de Mendoza, fundador de Buenos Aires. Em 1541, manadas de Charcas foram levadas ao Chile por Valdivia. Neste mesmo ano, animais trazidos da Espanha por Alvar Núñez Cabeza de Vaca, desembarcaram na costa de Santa Catarina e seguiram para o Paraguai. Em 1548 Diego de Rojas introduz animais na região de Tucumán.


Em 1573 Luís de Cabrera levou cavalos para Córdoba e Santa Fé. À esta região do Rio da Prata, na mesma época, chegam animais paraguaios, levados por Garay, descendentes daqueles trazidos diretamente da Espanha, quase 30 anos antes por Cabeza de Vaca e daqueles trazido do Peru por Felipe de Cáceres.


Em 1561 chegaram a Argentina, desde o Chile, através de Cuyo, rebanhos trazidos por Francisco de Aguirre, Castillo e outros.


Em 1580 Chegaram a Buenos Aires e em 1588 a Corrientes, rebanhos procedentes do Paraguai, levados por Juan de Garay e Torres de Vera e Aragón.


Em 1601 entraram no Chile os animais que o Capitão López Vasques Pestaña levou de Tucumán e em 1605, os cavalos que o governador chileno Garcia Ramos levou do Rio da Prata. Fonte: elentrevero cavalos na América


LANÇA ARMADA COM PRESA DE JAVALI.


Fala que ele carregava uma lança com presa de javali outra coisa impossível de ter acontecido na época pois os javalis só foram introduzidos na América do sul no século XX.


O Javali-eurasiático (Nome científico: Sus Scrofa), também conhecido como javardo, porco-selvagem-euroasiático e porco-montês (as fêmeas são conhecidas como Javalina e Gironda), é um animal artiodáctilo da família Suidae, do género sus. Sendo nativo da Europa, Ásia, Ilhas Sonda e Norte da África. Em tempos recentes, a subespécie javali-europeu foi introduzida nas Américas e na Oceania. Fonte. Ciência Hoje - A invasão do javali


CIVILIZAÇÃO INCA. Texto retirado de arquivos oficiais de historiadores sobre a civilização Inca.


A civilização Inca o imperador (“O Inca” era como o chamavam) era considerado um descendente do sol e, por essa condição divina, deveria ser responsável pela criação das leis e era o principal guardião de todos os bens que pertenciam ao estado (inclusive as terras). Abaixo do imperador, estavam os sacerdotes, chefes militares, juízes, governadores provinciais e sábios e ayllus. Alguns deles controlavam o império pois possuíam bastante poder dentro dele.


A ruína dos incas aconteceu no século XVI, com a chegada dos espanhóis ao continente americano. Um dos colonizadores que tiveram grande papel nesse processo de dominação dos incas foi Francisco Pizarro. Ao entrar em contato com os incas, Pizarro estabeleceu uma série de alianças militares com povos locais que rivalizavam com o império. Iniciado em 1532, o processo de conquista se encerrou em 1572 com prisão e morte de Tupac Amaru, o último imperador inca. Fonte - A Civilização Inca – Historia Est Vitae


Conclusão sobre o Pai Seta Branca e demais Guias Espirituais.


Baseado em fatos reais o pai Seta Branca não tem como ter existido da forma que relatou Tia Neiva, a clarividente do Vale do Amanhecer, em todos os aspectos ele em momento algum lembra um membro da civilização Inca. Acredito com o acesso a revistas e filmes com personagem com essa característica deve ter causado uma forte impressão em Neiva daí em momentos de alucinações ou transe esse personagem (Guia) foi criado ou imaginados. Até hoje todos os membros da doutrina do Vale têm como verdadeira essa versão que não passa de invenção diga de passagem bem amadora e irreal. Só esse fato é mais que suficiente para colocar em xeque a doutrina do Vale pois o pai Seta Branca é o principal guia e mentor espiritual da doutrina, sendo colocado em destaque em todos os templos, e reverenciado e adorado por todos os membros do Vale do Amanhecer, não passando de uma fraude.


Dessa forma mesmo que pai Seta Branca apresentado como índio cacique Apaje ou Xeroquei norte-americano, sendo seu nome em função de sua lança com uma presa de javali também não estaria correto como na imagem ele está montado em um cavalo. Esses animais foram introduzidos involuntariamente pelos espanhóis sediados no México, em 1600 quando uma pequena manada de cavalos fugira de um forte espanhol. Soltos na natureza, os animais retornaram à vida selvagem nas planícies norte-americanas, dando origem à raça Mustang ao redor do ano 1700. (Fonte: giro rural cavalos e suas origens Mustangue)


No que tange a garra de Javali, este animal não existia na época nos territórios norte-americanos. Estes fatos confrontam diretamente o relato de Neiva acerca da existência do Pai seta Branca, uma vez apresentado no século XV, sendo este século marcado no calendário Juliano entre os anos de 1401 até 1500.


O porquê dessa estória do Seta Branca acontece no Peru como um INCA, pelo simples motivo do misticismo envolvido pelas ruínas Incas e por ela não encaixar em outro lugar se não o descrito pois só será percebida a fraude por uma pessoa muito observadora, atenta e criteriosa. Acredito que nem os envolvidos nessa FRAUDE tinham conhecimento sobre esse assunto, tanto que muitos o seguem e fazem adorações sem o menor questionamento. Sendo que fatos e verdades sempre serão inquestionáveis quando se trata da realidade.


Pai Seta Branca mentor e principal guia espiritual do Vale do Amanhece conforme a história era um cacique INCA de origem sul-americana.


Tribo Inca dê acordo com historiadores. Observação os índios sul-americanos não usavam montar em cavalos e suas vestis eram diferentes do pai Seta Branca que na realidade lembra mais os índios norte-americanos.

Índio Norte Americano com as mesmas características do pai Seta Branca de acordo com as visões de Tia Neiva a clarividente e fundadora do Vale do Amanhecer se pai Seta Branca era um índio sul-americano INCA não usaria vestimentas como essas e muito menos montaria em cavalo.


Comparação.

Se o principal guia e mentor espiritual é uma fraude comprovada imaginem os outros!



Estátua de Pai Seta Branca nos templos do Vale do Amanhecer sendo REVERENCIADA pelos membros da seita.

Antes da internet achávamos que a causa da estupidez era a falta de acesso ao conhecimento?

Então parece que hoje não é bem isso!


“A religião e vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como úteis.” (Sêneca – Filósofo Império Romano)


Assim como outras imagens dos mentores e guias, pinturas feitas através da suposta vidência de Tia Neiva do Vale do Amanhecer, os indígenas que são descritos como caboclos embora tenham nomes de tribos brasileiras como Tupã, Tupinambás, Guarani, Tupi Guarani, Tupi etc. todos com as mesmas características de índios norte-americanos, em nada lembrando em todos os sentidos e princípios as características físicas e trajes dos indígenas brasileiros. Para além disso há a presença de diversos personagens como viajantes sideral, ministros, rainhas, princesas e até sereias; que parecem retirados de revistas e gibis da época dos anos 60 e filmes de Hollywood. Possibilitando apresentar o vale do amanhecer como uma mistura de crenças, do cristianismo, espiritismo, candomblé, umbanda, Egito, Índia e outras até ufologia. Uma verdadeira promiscuidade religiosa um prato cheio para agradar a gregos e troianos e principalmente os inocentes e desavisados. A Igreja ao gosto do freguês!


O intrigante sobre as imagens feitas através da suposta vidência de Tia Neiva Vale do Amanhecer, é que os outros guias espirituais seguem as mesma características das outras doutrinas que compõem a doutrina do Vale como Jesus Cristo, os pretos velhos, os médicos estrangeiros, ciganos, Iemanjá, Obàtálá e outros, mas as imagens criadas especificas dos guias espirituais para a doutrina do Vale fogem por completo do considerado real. Podemos utilizar de exemplo os indígenas, mestres, ministros, guias missionárias e ninfas, lembrado mais imagens de estórias em quadrinhos e filmes desenhos animados infantis sem a menor possibilidades de credibilidade que se quer tenha existidos num mundo real. Não precisar ser especialista para perceber que essas imagens não podem de forma nem uma serem verdadeiras basta o espectador observar com os olhos críticos fora da fé.


Esclarecimento & Conclusão Lógica.


Na realidade quem elaborou a doutrina do Vale foi Mario Sassi, como ele tinha conhecimento e formação em ciências sociais com especialização em sociologia, percebendo uma oportunidade usou a Neiva como elemento, mas na verdade ele que está por trás de toda idealização da doutrina começando na mudança do nome de da União Espiritualista Seta Branca (UESB) para Vale do Amanhecer. Porém como ninguém é perfeito a grande falha dele foi na caracterização dos personagens, cometeu uma grande falha sem ter ao menos pesquisado a concepção na perspectiva histórica do personagem errando de forma banal e incoerente na do pai Seta Branca principal guia e mentor espiritual da doutrina, daí que está à lógica da farsa. Sé Neiva recebia o espirito do Seta Branca e fosse verdade, ela saberia distinguir sua aparência e mostraria que aquela não era o seu estilo e aparência, é como a pessoa falar que conhece alguém ou nesse caso recebeu um espirito de um africano e mostra-lo a imagem de um alemão e ela concordar que aquele é ele, assim fechando os elementos conclui-se que tudo é uma grande farsa, tanto que quando Neiva morreu os filhos dela colocou ele para fora da doutrina.

Comprovação da Verdade x Mentira.


Quando uma história é verdadeira, é contatada e comprovada com fatos, objetos, documentos e certificados históricos.


Como por exemplo a de São Francisco de Assis, que é usado como encarnação do Pai Seta Branca.


Texto do Vale relacionando Pai Seta Branca a São Francisco de Assis.


"Pai Seta Branca é um dos nomes recebidos pelo luminoso espírito de Oxalá, Orixá poderoso que preside todo o desenvolvimento cármico do nosso planeta, a quem foi dada a missão de espiritualizar o Homem.


Na condição de espírito irmão de Jesus, foi seu mais amado discípulo – João, que escreveu o IV Evangelho e o Apocalipse. Oxalá retornou no século XII, na Itália, como Francisco de Assis, junto com sua alma gêmea – Mãe Yara – como Clara de Assis, desenvolvendo magnífica obra dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, criando a Ordem Franciscana, implantando as bases de sua Doutrina: Amor, Humildade e Tolerância, idéias das quais os Homens estavam afastados." Fonte: www.valedoamanhecer.com


São Francisco de Assis.

Nascimento 1182 em Assis

Morte 3 de outubro de 1226 (44 anos) em Assis, Itália.


Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis, foi um frade católico da Itália. Depois de uma juventude irrequieta e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que renovaram o Catolicismo de seu tempo. Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo costumavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a humanidade do próprio Cristo. Sua atitude foi original também quando afirmou a bondade e a maravilha da Criação num tempo em que o mundo era visto como essencialmente mau, quando se dedicou aos mais pobres dos pobres, e quando amou todas as criaturas chamando-as de irmãos. Alguns estudiosos afirmam que sua visão positiva da natureza e do homem, que impregnou a imaginação de toda a sociedade de sua época, foi uma das forças primeiras que levaram à formação da filosofia da Renascença.

Era filho do comerciante italiano Pietro di Bernadone dei Moriconi e sua esposa Pica Bourlemont, cuja família tinha raízes francesas. Os pais de Francisco faziam parte da burguesia da cidade de Assis...... Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Observação.


Francisco de Assis existiu 400 anos antes de Pai Seta Branca, essa é a diferença de uma História verdadeira com fatos e documentos de São Francisco, e de uma Estória falsa ou uma fabula de Pai Seta Branca.


Com tanta tecnologia e facilidade ao acesso as informações de tudo, as pessoas nem se quer procuram se informa das verdades ou mentiras é levado pela ilusão ou pelas dores emocionais se agarram a seitas e crédulos sem o menor sentido.


Você que está lendo esse texto e duvida do que foi mostrado, faça uma pesquisa rápida no Google ou outras ferramentas de busca sobre Pai Seta Branca não encontrará nada de concreto só mesmo relatos do próprio Vale do Amanhecer e depois faça uma sobre São Francisco de Assis a quantidade de informações sobre ele desde nascimento em 1181 ou 1182 até a sua morte 1226.


Conclusão. O Vale do Amanhecer.


O Vale do Amanhecer é um doutrina que se assemelha a um espetáculo teatral com cenários e rituais bem definidos, onde os membros se entregam envolvidos pelo ambiente e com os trajes elaborados para cada membro selecionados conforme personalidade, habilidade e característica mediúnica estabelecida pela doutrina, a hierarquia criada dando importância aos mais dedicados e por estarem doutrinados e imunizados onde alguns entram em transe durante os eventos dependendo do nível de concentração por fazer parte do processo e por estarem no campo da fé, com isso estendesse aos supostos pacientes que lá estão em busca de curas. Como em tantas outras religiões e seitas onde acontece as mesmas coisas onde os membros se entregam nos cultos.


Nos rituais os membros exercem seus papeis como Mestres ou Ninfas Sol ou Lua, como em espetáculo teatral, essa elaboração de rituais é para deixar qualquer mega evento longe de chegar próximo desse feito é para causa inveja aos maiores espetáculos da Broadway mantendo um ciclo permanente, criado em 1965 com isso com 55 anos de exibições onde os rituais no templo mãe em Planaltina DF começam todos os dias as 10 hora da amanhã sem horário para termina dependendo no número de pessoas a serem atendias estendendo muitas vezes até tarde das noites e nos templos menores os rituais acontecem as quartas, sábados e domingos. Ocupando os membros o tempo todo nos rituais mantendo-se dentro da caixa vivendo no mundo cheio de uma crença limitante. Repetição, repetição, repetição que materializa os rituais, que passa a ser repetido como um mantra, numa técnica pensada, calculada. Imunizando cognitivamente as pessoas. Tanto que os membros inseridos na seita formaram uma comunidade em Planaltina com mais de 35 mil habitantes onde todos moram e vivem em função da doutrina.


Faz se importante ressaltar a importância do Mario Sassi, neto de italianos criado no Brás, bairro tipicamente italiano da cidade de São Paulo, no meio de imigrantes, participando da fundação da primeira associação brasileira de relações públicas. Nesse setor, teve cargos importantes e durante sua vida profissional, faz diversos cursos noturnos na Universidade de São Paulo. Mais tarde completou o curso de Ciências Sociais, na UNB. Foi casado com uma socióloga, de quem teve quatro filhos.


Quando encontra Tia Neiva, era conselheiro de relações públicas na reitoria da Universidade de Brasília, cargo que ocupou durante cinco anos, até 1968, quando então assume integralmente sua missão no Vale do Amanhecer. Onde mudou o nome da União Espiritualista Seta Branca (UESB) para Vale do Amanhecer e conseguiu criar um processo doutrinário bem elaborado com imagens, rituais e cenários tirando de várias crenças copiando e muito a doutrina CULTURA RACIONAL – Universo em Desencanto cujo o criador é Manoel Jacinto Coelho em 1935. Lembrado que nessa época Mário tinha 14 anos e Neiva 9. Depois de adaptar de acordo com o propósito da doutrina do vale criou os trabalhos, dando vida á falsos guias espirituais próprios baseado em livros, revistas e filmes usando a fama de Tia Neiva que já avia conquista o suposto poder da clarividência na comunidade.


Os rituais, trabalhos ou apresentações nos templos possuem repartições especificas com palco e acentos feitos em alvenaria onde são feitas as apresentações, os trabalhos são. Mesa Evangélica, Tronos, Sanday de tronos, Cura Evangélica, Cura Iniciática, Junção, Indução, Linha de passes, Sudálio, Randy, Cruz do Caminho, Leito Magnético, Imantração, Imunização, Angical, Sessão Branca (Xingu), Libertação Especial na Pira, Batizado, Desenvolvimento, Ritual de Iniciação, etc. num total de 67 trabalhos ou encenações.


O interessante que o próprio pai nosso foi adaptado para ser inserido na doutrina e outros cânticos que lembra muitas músicas conhecidas. Ex. o cântico na junção faz lembra a música noite feliz e outras ao longo dos rituais.


PAI NOSSO QUE ESTÁS NO CÉU E EM TODA PARTE, SANTIFICADO SEJA O TEU SANTO NOME, VENHA A NÓS O TEU REINO, SEJA FEITA A TUA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NOS CÍRCULOS ESPIRITUAIS. O PÃO NOSSO DE CADA DIA DÁ-NOS HOJE SENHOR, E PERDOA AS NOSSAS DÍVIDAS SE NÓS PERDOARMOS AOS NOSSOS DEVEDORES. NÃO NOS DEIXE CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRA-NOS DO MAL, PORQUE SÓ EM TI BRILHA A LUZ ETERNA, A LUZ DA GLÓRIA, DO REINO E DO PODER, POR TODOS OS SÉCULOS SEM FIM.


O problema disso tudo por estarem no campo da fé os membros em grande partes por sentirem confortáveis pelo falso PODER da cura dos pacientes e VAIDADES pelas próprias indumentárias muitas exuberantes, majestosas e pueril, ostentando artefatos como lanças e espadas, onde os membros da doutrina se caracterização para apresentação nos rituais permanentes como num palco em uma exibição constante, pois tem pacientes (Planteia) dos os dias programados perfazendo um ciclo sem fim, alguns abandonam toda a sua vida real e acabam comprometendo a vida profissional e perdendo tudo e principalmente a família, para viver num ambiente fantasmagórico e lúdico.


Mas com uma grande vantagem para a doutrina todos os membros trabalham sem ganhar nada e sim pela fé, e ainda fazem doações do próprio bolso além de receber doações de outros que assim sentirem à-vontade para contribuir, sem obrigações trabalhistas, isenção de impostos é um excelente negócio uma verdadeira sacada de mestre.


Tudo não passa de fantasia e ilusão usando o poder da fé.


O interessante mesmo com todas essas falhas amadoras a seita do Vale do Amanhecer tem vários templos espalhados pelo Brasil e até mesmo no exterior, e cada dia aumenta mais os seguidores.


Com o falecimento de Neiva e 1985 os filhos Gilberto e Raul condenou e massacrou e providenciaram o afastamento do Mário Sassi do Vale do Amanhecer motivados por divergências sobre a condução da doutrina. Tentou fundar uma nova “corrente”, mas todos os que inicialmente o seguiram, voltaram ao Vale. Mario faleceu em 1995.

Conteúdo resumido.


A doutrina do Vale do Amanhecer mostra o quanto nós humanos temos que evoluir no conhecimento do nosso cérebro e como funciona nossa mente na vida e questão mística religiosa, aos olhos de religiões como católica e evangélica é vista como magia negra uma coisa do mau e para os espiritas e doutrinas nessa linha e uma coisa normal.


Olhando pelo lado da ciência e da vida em toda sua plenitude, a doutrina do Vale não é do BEM nem do MAU, é uma fantasia como todas as outras religiões e seitas pelo mundo afora, vem mostrar claramente como as pessoas são falhas e na sua grande maioria não pensam e simplesmente ingressão em eventos e doutrinas por estarem vivendo sérios conflitos emocionais e psicológicos, por situações e fatalidades do cotidiano e mesmo genética.


Na verdade, é tudo produto de nossa mente onde a ciência aos poucos vem desvendado, como os neurotransmissores em nosso cérebro, são definidos como mensageiros químicos que transportam, estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios, ou células nervosas e outras células do corpo. Esses mensageiros químicos podem afetar uma ampla variedade de funções físicas e psicológicas, incluindo frequência cardíaca, sono, apetite, humor e medo.


Bilhões de moléculas de neurotransmissores trabalham constantemente para manter o funcionamento do nosso cérebro, gerenciando tudo, desde a respiração até o batimento cardíaco, até os níveis de aprendizado e concentração. E o sistema Límbico responsável pelas emoções e comportamentos sociais, aí é que entra esse lado falho da natureza humana por ser inteligente criamos motivos para explicar o que não conseguimos através de religiões ou comportamentos e atitudes que muitas vezes fogem completamente do normal e beirando ao absurdo e mesmo do ridículo.

A doutrina do Vale mostra claramente isso além de juntar várias doutrinas diferentes e muitas incompatíveis em seus dogmas, criou guias espirituais fantasiosos e lúdicos onde as pessoas aceitam como verdades e sequem sem o menor questionamento.

Mostrando que o problema não está na doutrina, pois seitas e religiões não vão faltar no mundo, mas sim no perfil dos membros muitos vivendo sérios problemas emocionais e pessoais onde encontram apoio e conforto espiritual na doutrina onde utiliza a filosofia da aceitação, tolerância, paz e amor, aliado a preservação do meio ambiente, mantendo-os ocupados com muitos rituais. Compostas em sua maioria por pessoas sem instrução e conhecimentos, baixo senso crítico e pouca inteligência.


A resposta para isso é! A imunização cognitiva.



Os especialistas em psicologia das massas sabem que nossas mentes evoluíram muito mais para proteger nossos credos que para avaliar o que é verdade e o que é mentira. E aí, não adianta mostrar nada que contrapõem a visão dos membros, o imunizado cognitivo está vacinado contra fatos objetivos.


A imunização cognitiva é um escudo que permite que as pessoas se agarrem a valores e credos, mesmo que fatos objetivos demonstrem que eles não correspondem à verdade.


A pessoa cognitivamente imunizada está no terreno da fé, que dispensa o raciocínio lógico. Para ela, argumentos lógicos não têm relevância, ficando entorpecido das ideias, incapaz de descer do muro, pois alguém está lhe ministrando doses de imunizante cognitivo em benefício próprio ou de um grupo, preenchendo o seu tempo criando mantras, trabalhos e rituais, assim conseguindo a integração absoluta isolando a pessoa do convívio profissional e família. com intenção de desviar o tema principal e, especialmente, imunizar cognitivamente os soldados da causa.

Cognitiva vem de cognição, que é o processo de aquisição do conhecimento, incluindo o pensar, a reflexão, a imaginação, a atenção, raciocínio, memória, juízo, o discurso, a percepção visual e auditiva, a aprendizagem, a consciência, as emoções. Envolve os processos mentais que influenciam o comportamento de cada indivíduo.

E então assistimos gente com estudo, inteligente, articulada, que sabemos que não está tirando nenhum proveito material, defendendo em público o indefensável. Como é que essas pessoas chegam a esse ponto?


Bem, existem ao menos cinco fases no processo de imunização cognitiva.


Primeira fase: Isolamento de quem tem opiniões contrárias.

Protegendo suas ideias. A pessoa vai eliminando de seu convívio ou mesmo de sua atenção, quem pensa diferente.


Segunda fase: Redução da exposição às ideias contrárias.

Passa a ler e ouvir apenas as opiniões em linha com seus credos. Nos estados totalitários, é quando a liberdade de expressão passa a ser ameaçada, quando a imprensa perde a liberdade, quando vozes dissidentes são caladas. É quando os processos educacionais adotam opiniões selecionadas, com autores e textos cuidadosamente escolhidos para seguir apenas uma visão de mundo.


Terceira fase: Conexão dos credos a emoções poderosas.

Se você não seguir aquelas ideias, algo de ruim vai acontecer. Lembra do "se você pecar, vai para o inferno"? Se você abandonar a doutrina, sua vida, suas economias, seus benefícios estarão em perigo...

Quarta fase: Associação cognitiva.

Associação a grupos que trabalham para combater as ideias dos grupos contrários. Isso acontece não só em religiões, mas até mesmo na ciência, quando métodos de investigação científica focam nas fraquezas das teorias adversárias, ignorando os pontos fortes.


Quinta fase: Repetição.

A repetição. repetição, repetição, repetição. Cria-se um tema, um slogan que materializa um determinado credo ou visão, que passa a ser repetido como um mantra, numa técnica de aprendizado. O cumprimento "SALVE DEUS", por exemplo, não é uma criação espontânea, obra do acaso. É pensado, calculado. Sua repetição imuniza cognitivamente as pessoas contra os argumentos contra a doutrina e serve para aproximar os membros.


E aí não adianta mostrar vídeos, imagens, documentos, testemunho de ex-membros, fatos comprovados...


Naturalmente esse "torpor cognitivo" não se restringe ao campo político, social, econômico ou religioso. Ele perpassa todas as áreas da vida humana e faz, por exemplo, que uma pessoa acredite, mesmo contra a razão, que o Brasil é o melhor lugar do mundo, que o capitalismo é o responsável por todos os males do mundo, que chá de boldo cura o câncer e por aí vai.


Tá explicado então? Se você está se sentindo entorpecido das ideias, incapaz de descer do muro, provavelmente alguém está lhe ministrando umas doses de imunizante cognitivo.

E você nem percebeu que tá trabalhando e dando a grana pra doutrina.



Fotos & Fatos


Imagens dos mentores e guias, "pinturas feitas através da vidência de TIA NEIVA "Vale do Amanhecer", e as imagens verdadeiras e originais que confrontam a verdade.


Índios descritos como guias espirituais conforme vidência (visão) da Tia Neiva do Vale do Amanhecer.


Comparação com os índios nativos brasileiros sul-americanos verdadeiros com os índios místicos da seita. A diferença é gritante não tendo qualquer possibilidade de segue serem verdades.








Agora a contra prova comparação com índios Norte-americanos







O mais interessante é que as imagens dos outros guias espirituais seguem as mesmas características que costumamos ver em outras religiões e seitas, como os pretos velhos os médicos e Iemanjá.


Pretos Velhos





Médicos Espiritas


Mães de Santo

Ciganas




Tia Neiva

Guias Missionarias são aproximadamente 60 - Interessante que as guias missionarias tem as mesmas característica ou lembra e muito a face da própria Tia Neiva.


Guias Missionarias



Cavaleiros das Lanças




Comandantes Astrais – Planeta Capela





Ministros Jaguar Koatay


Falanges (Ninfas)


Princesas




Rainha


De todos os guias Sereia aí é força muito e o pior que os membros aceitam sem o menor questionamento, apesar quê toda doutrina não passa de uma fantasia.

Sereia

Iemanjá

Pirâmides

Obàtálá



Como foi dito a doutrina do Vale do Amanhecer os rituais são feitos com cenários específicos para cada ritual onde os membros exercem seus papeis conforme suas habilidades mediúnicas estipulada pela doutrina, com seus trajes próprios de acordo com seus papeis como mestres ou ninfas.


Os Rituais da Doutrina do Vale do Amanhece.


Mesa Evangélica, Tronos, Sanday de tronos, Cura Evangélica, Cura Iniciática, Junção, Indução, Linha de passes, Sudálio, Randy, Cruz do Caminho, Leito Magnético, Imantração, Imunização, Angical, Sessão Branca (Xingu), Libertação Especial na Pira, Batizado, Casamento, Desenvolvimento, Ritual de Iniciação, Ritual de elevação de Espada, Consagração de Centúria, Classificação e Reclassificação, Estrela Candente (Escalada), Estrela Aspirante, Quadrante, Unificação, Anodização, Pirâmide, Turigano, Entrega de Energias, Estrela Sublimação (Nehru), Julgamento (Prisioneiros), Aramê (prisioneiros transmutação de forças), Alabá, Abatá, Linha de Passes das crianças, Pequeno Pajé, Desenvolvimento de Jovens e Adolescentes, Bênção de Seta Branca (Templo Mãe), Bênção dos Ministros (Templos Externos), Consagração de Falanges Missionárias, Consagração de Falange de Mestrado, Consagração de Adjunto de Povos, Consagração dia 1º de Maio- Dia do Doutrinador, Consagração de Enlevo, Consagração de Trino Juremá e Iramar, Troca de Rosas, Indução Cabalística, Contagem, Oráculo, Trono Milenar, Cassandra, Farol, Triada, Contagem de Sanday, Defumação, Trabalho Especial, Prisão e Libertação das crianças, Autorização para o Desenvolvimento (Dharman Oxinto), Abatá de Ninfas Missionárias, Palestra de Desenvolvimento, Terceiro Sétimo dos Três cavaleiros da Luz, Reunião de Falanges Missionárias, Trabalho de bônus, Corte.



Alguns dos cenários dos rituais, lembrando que são no total 67.


Mesa Evangélica


Trabalho no Trono



Cura



Junção


Indução



Sudalio



Randy


Defumação


Leito Magnético

Elevação de Espadas



Turigano


Cruz do Caminho


Triada


Estrela Candente


DEFINIÇÕES DE ESTUPIDEZ:

Conhecer a verdade,

ouvir a verdade,

ver a verdade,

MAS AINDA ACREDITAR NA MENTIRA.


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Cultura Racional - Universo em Desencanto.


Cultura Racional é uma religião brasileira derivada do espiritismo, fundada em meados da década de 1930, no antigo Distrito Federal, pelo médium carioca Manoel Jacinto Coelho, então presidente de um Centro Espírita denominado Tenda Espírita Francisco de Assis.


A Cultura Racional tem como base uma série de livros denominada Universo em Desencanto, obra que aborda uma grande variedade de temas que vão desde cosmologia, metafísica, ecologia, linguística e teologia até assuntos como óvnis e discos-voadores. Assim, a Cultura Racional é o conjunto dos fundamentos contidos na obra Universo em Desencanto.


Portanto quando a seita Cultura Racional foi criada Tia Neiva tinha 9 e Mario Sassi 14 anos.





Talento musical salvou Tim Maia do fanatismo e dos “discos voadores” da Cultura “Racional” Um dos capítulos, “O evangelho segundo Tim Maia”, mostra que altruísmo e boas intenções às vezes podem puxar um artista para trás ao reduzir a qualidade de suas obras. Obras engajadas, produto de fanatismo político ou religioso, permanente ou circunstancial, costumam retirar o brilho da criação artística. A pregação não rara torna o artista menor, conectando-o a guetos e não ao universal. Em 1975, Tim Maia encanta-se pela turma da Cultura Racional-Universo em Desencanto.





Sede da Cultura Racional, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.



Ciência e Religião


Analisando a doutrina do Vale do Amanhecer o que poderia ter uma suposta credibilidade seria os trabalhos nos tronos que é a pratica de invocar espíritos, e mesmo assim de acordo com os próprios espiritas Kardecistas e outros é feita de forma errada, pois não poderia ser feito em um ambiente onde vários médiuns ao mesmo tempo atende uma grande quantidade de pacientes. E é explicado pela ciência como um processo da própria mente humana.



A pratica de invocar espíritos.


O que diz a ciência.


Eles vêem espíritos.


Para a ciência, ver e ouvir fantasmas não tem nada de sobrenatural: tudo é criado pelo cérebro. Agora os cientistas tentam explicar por que tanta gente, em diferentes épocas e civilizações, afirma ver espíritos.


No Vale do Amanhecer nos templos os trabalhos no trono o Apará médium que dizem ter o poder de receber incorporação dos espíritos, que isso na verdade é apenas auto-sugestões da mente coisa que é explicado e comprovado cientificamente pelo Dr. Julian Ochorowicz que foi um dos mais competentes e metódicos investigadores da sugestão mental, também conhecida como comando telepático, contrariando à argumentação espírita e não é nada no campo paranormal ou da mediunidade espiritual, mas como os membros estão sobre o efeito doutrinário e cognitivo da seita acham que conseguem ver luzis, vozes e receber espíritos, como em todas as religiões e seitas desde do inicio da humanidade e pode ser definido por ser um fenômeno mais psíquico do que divino pois existem e existiram vários deuses diferentes durante toda a existência da civilização humana.


Os médiuns na história


De fato, os cientistas que começaram a estudar esses fenômenos foram os que tratavam doenças mentais. Em 1889, o psiquiatra francês Pierre Janet foi o primeiro a propor a existência de uma segunda consciência. Para ele, quando a personalidade perdia a coesão (o fluxo normal de idéias e pensamentos), uma corrente secundária de idéias, vontades e imagens se sobrepunha à consciência, gerando automatismos motores e sensoriais – responsáveis pelos chamados fenômenos paranormais.


O contemporâneo William James, psicólogo americano, defendeu a tese de que a possessão mediúnica era uma forma de personalidade alternativa em pessoas que não tinham problemas mentais: uma espécie de dupla personalidade. Já o professor de cultura clássica Frederic Myers dedicou-se a estudar o inconsciente. Ele defendeu que existia na mente uma consciência subliminar, que raramente emergia – quando isso acontecia, o resultado era a manifestação mediúnica.


Até mesmo Sigmund Freud deu palpites sobre a mediunidade. Para ele, os estados de possessão correspondiam às nossas neuroses: os demônios seriam os desejos considerados maus que foram reprimidos. “Aos nossos olhos, os demônios são desejos maus e repreensíveis, derivados de impulsos instintivos que foram repudiados e reprimidos”, afirmou ele no livro Uma Neurose Demoníaca do Século 17, de 1923.


Depois da criação do eletroencefalograma, apareceram a ressonância magnética, a tomografia computadorizada e a ressonância funcional. Com elas, já se conseguiu mapear no cérebro até as áreas que despertam as emoções e controlam funções específicas do corpo, como enxergar em profundidade ou reconhecer faces.


Mas esses equipamentos não são suficientes para detectar a química envolvida na troca de impulsos elétricos e as alterações celulares de quem afirma ver espíritos. Para os cientistas, é por causa dessa falta de recursos mais precisos que os exames feitos pelo engenheiro Maurício não apontam anormalidades. “Quando o bebê está sendo formado, bilhões de células embrionárias migram para formar 6 camadas do córtex”, afirma a neurologista Elza. “Nem a melhor ressonância magnética consegue detectar falhas nesse nível.”


Mesmo assim, no mundo das hipóteses médicas, os relatos de retorno dos mortos à Terra não passam de ficção criada pela máquina chamada cérebro. Desde os primeiros estudos, a epilepsia virou explicação para manifestações de mediunidade, idéia que é seguida até hoje.


Ataques epilépticos são o ponto máximo da hiperexcitabilidade do cérebro, que responde mandando ao corpo reflexos não só motores. Epilépticos sofrem também reações olfativas – como sentir cheiros estranhos repentinamente – visuais e sonoras, como ter alucinações. Isso mesmo, alucinações, muito parecidas com as de quem afirma ver espíritos. “Uma excitabilidade diferente poderia ser a explicação para fenômenos não patológicos de visões e audições”, afirma Elza Yacubian.


Há tipos de epilepsia que são muito relacionados a relatos sobrenaturais. A epilepsia do lobo temporal do cérebro, por exemplo, provoca alucinações e induz à religiosidade. Essa parte do cérebro é tida como a responsável pela religiosidade: pessoas com lesões nela costumam desenvolver uma religiosidade extrema. Acredita-se, por exemplo, que o fanatismo religioso do pintor Vincent Van Gogh tenha vindo da epilepsia no lobo temporal.

Para o InterPsi, um grupo de pesquisadores da PUC-SP que se dedica a encontrar explicações lógicas e científicas para fenômenos sobrenaturais, a epilepsia é só uma das possíveis soluções do mistério. Além dela, outros estados alterados da mente se relacionam a alucinações. “Frequências sonoras, campos magnéticos e estados de transe podem provocar efeitos sensoriais”, afirma o psicólogo Welling­­­­ton Zangari, pesquisador do Laboratório de Psicologia Social da Religião na USP e membro do InterPsi.


Zangari cita o caso que aconteceu num escritório de engenharia da Inglaterra na década de 1980. Vários funcionários afirmavam ver fantasmas em uma das salas, que em pouco tempo ficou conhecida como mal-assombrada. Foi um engenheiro do próprio escritório, chamado Vic Tandy, que desfez o mito: as aparições eram, na verdade, uma reação do globo ocular, que vibrava influenciado pela frequência de infra-som de um ventilador, borrando a visão de quem entrava ali.


Sabe-se, também, que alucinações são comuns em pessoas com estados graves de fome ou em quem fica 3 dias sem dormir. “Nessas situações, os neurônios funcionam de forma anormal, criando uma realidade paralela”, afirma a neurologista Kátia Lin, da Unifesp. “Não significa que a pessoa esteja louca ou doente.”


Se o cérebro é a chave para as alucinações, os cientistas se dedicam agora a saber quais circuitos movem essa engrenagem. Em setembro passado, o médico Olaf Blanke, da Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça, criou em laboratório aquela sensação desagradável de ter uma presença parada às costas. A cobaia foi uma mulher de 22 anos, com epilepsia, que se submetia a uma cirurgia para retirar a lesão que provocava as crises.


A equipe de Blanke aplicou estímulos elétricos em pontos do lado esquerdo do cérebro. A reação foi sinistra: a mulher sentiu que alguém estava atrás dela. Empolgados, os médicos estimularam ainda mais a área e a paciente foi capaz de descrever o ser invisível como uma pessoa jovem. Os pesquisadores, então, pediram que ela tentasse abraçar os joelhos. Ao se abaixar, a mulher podia jurar que a presença que sentia tinha segurado seus braços.


A área estimulada está relacionada à noção corporal – sem ela fica impossível, por exemplo, mexer os braços na hora de trocar de roupa, por mais que o braço esteja perfeito. Para o médico Olaf Blanke, estímulos nesse ponto podem explicar não só a presença fantasma, como também os relatos sobre viagens feitas fora do corpo. A tese é reforçada por uma experiência similar realizada em 2002. Ao tentar identificar a área de lesão de uma inglesa de 43 anos, com epilepsia havia 11, Blanke estimulou o giro angular, uma área que fica na parte posterior do lobo temporal, e se surpreendeu com o resultado: a mulher sentiu como se tivesse saído do corpo e levitado 2 metros acima da mesa de cirurgia. “O giro angular é importante para processos cerebrais associados à experiência extracorpórea”, afirmou Blanke na revista Nature.


Tentar reproduzir fenômenos espirituais em laboratório não é novidade. Desde a década de 1980, o neurologista canadense Michael Persinger faz testes com ondas eletromagnéticas em pessoas normais. A experiência consiste em colocar capacetes, que geram uma espécie de campo magnético, em voluntários vendados, dentro de uma sala escura e com isolamento acústico. À medida que o pesquisador estimula o lobo temporal, os voluntários têm sensações de fazer inveja a qualquer usuário de alucinógenos: olhos que se mexem e viram luzes roxas, visões de incêndios, demônios, deslocamento do corpo e cenas da infância como se acontecessem no presente.


Ou seja: para a neurologia, ver espíritos é resultado de uma disfunção cerebral ainda não diagnosticada. Os sintomas são parecidos com os de doenças como epilepsia, esquizofrenia (que provoca alucinações auditivas e delírios de perseguição), tumores cerebrais (que podem causar alucinações) e transtorno de identidade dissociativa, quando o doente tem dupla identidade, ouve vozes e muda sua caligrafia. Mas a causa seria bem diferente da dessas doenças e estaria relacionada a erros de sinapse do cérebro. “Se há áreas do cérebro capazes de fazer contatos por telepatia, a ciência simplesmente não tem como refutar ou comprovar”, diz a neurologista Kátia Lin. Talvez nem mesmo o cérebro abrigue todas as explicações. “Há uma tendência hoje de reduzir tudo a causas cerebrais”, diz o psicólogo Wellington Zan­gari, do InterPsi. “Mas não dá para entender tudo sem um olhar antropológico, cultural e psicológico.” Fonte - https://super.abril.com.br/ciencia/eles-veem-espiritos/

Para saber mais.

Epilepsia: Da Antiguidade ao Segundo Milênio

Elza Yacubian, Lemos Editorial, 2000.

Site do grupo de pesquisa InterPsi, da PUC-SP.

Revista de Psiquiatria Clínica.


Cérebro e Mente.

Imagine estes computadores que usamos o cérebro, dividido e hardware e software. O hardware é a máquina o físico, o software, o aplicativo é a mente. O que o aplicativo mandar para a máquina vai rodar. O que estou dizendo é da responsabilidade que nós temos de sanear a nossa mente...


Antes as pessoas falavam que alguém inteligente era um “crânio”. “Atualmente, é de conhecimento geral que o crânio é apenas o revestimento ósseo que protege o cérebro. Depois passaram a dizer que uma pessoa inteligente era um cérebro”.


Hoje, o conceito de cérebro trata de uma entidade material localizada dentro do crânio, que pode ser visualizado, tocado e manipulado.


O cientista ressalta que é impossível explicar o que seja a mente. “O máximo que pode ser feito é dizer que a mente é imaterial, uma entidade separada do corpo”, esclarece. Inúmeros estudos, pesquisas e reflexões estão sendo feitos para tentar decifrar esse “mistério”, mas trata-se de um fenômeno complexo que pode ser associado ao pensamento, à consciência e a várias outras áreas. “É importante saber que, futuramente, sem prazo definido, a mente venha a representar a essência da existência humana”.


A relação entre a mente e o cérebro.


As conceitualizações e teorias da mente diferem em função do tempo cronológico, das crenças religiosas e das filosofias antigas e modernas. As primeiras explicações teóricas da mente (Platão e Aristóteles e, mais tarde, os filósofos medievais) associavam a mente com a alma, a considerando imortal e divina. Na maioria dos casos, incluindo pontos de vista modernos, colocam a mente, o pensamento e a consciência no contexto da experiência e do entorno. Que a mente é geralmente considerada uma propriedade de si mesmo é evidente em algumas expressões populares como "abra a sua mente", "tire da sua mente" ou "minha mente sabe". A memória, a atenção, a lógica, a intuição, a resolução de problemas, a capacidade para se comunicar e, dependendo da teoria, a emoção, depressão e os processos inconscientes são algumas das principais características da mente.


A relação da mente e o cérebro é evidente em todos os debates sobre a mente, e mais recentemente no discurso psiquiátrico e neurocientífico. A ciência cognitiva e a estão participando atualmente na compreensão de como os processos cerebrais, o comportamento e a cognição interagem. A neurociência cognitiva está envolvida ativamente na investigação de como os seres humanos, organismos ativos e pensantes, usam seus cérebros para atingir suas metas e satisfazer as suas necessidades no contexto de entornos complexos e mutáveis. Esta investigação mostra conexões inextricáveis entre a , que se considera baseada na mente, e o entorno e entre a cognição e a ação, que considera que tem uma base física. A investigação recente baseada na ressonância magnética funcional mostra que os aspectos específicos da cognição sensorial e motora básica, assim como processos mais complexos de reconhecimento facial e de palavras, ou como o pensamento, todos eles considerados como baseados na mente, estão apoiados pelas zonas cerebrais com alto grau de especialização nos nossos processos, o que sugere que a interação mente-cérebro ocorre através dos mecanismo cerebrais altamente especializados. A memória episódica, por exemplo, a capacidade de lembrar o que aconteceu com você e quando o fez, e que se acredita que é exclusivamente humana, é uma habilidade importante da mente humana. Foi investigada buscando através da neuroimagem em regiões específica da memória episódica cerebral do lobo frontal (diferentes dos relacionados com a memória semântica), descobrindo que ligam ainda mais o cérebro e a mente.


A relação entre o cérebro e a mente é especialmente importante no campo da psiquiatria que implantou o tratamento a longo prazo invés da dicotomia mente/cérebro. Gabbard 2005, afirma que o cérebro e a mente não são entidades separadas, mas que "a mente é a atividade do cérebro". Gabbard, 2005, deplora a ampla associação psiquiátrica dos genes, medicações e fatores biomédicos às entidades cerebrais, e entorno, psicoterapia e fatores psicossociais à mente, e defende por unidade de mente e cérebro, com ênfase no caráter inseparável da interação entre os genes e o meio ambiente, assim como entre os fatores psicossociais e a estrutura do cérebro. A polarização do cérebro e da mente na psiquiatria contemporânea, e a subsequente visão de que a medicação está indicada para distúrbios biológicos ou cerebrais enquanto que a psicoterapia é apropriada para distúrbios psicológicos ou mentais, é, na sua opinião, um erro que atrasa a aplicação de tratamentos integrais bio-psicossociais.


Neste contexto de investigação psiquiátrica do cérebro, existem provas de neuroimagem que mostras que as variáveis mentais associadas com a mente jogam um importante papel na base neurofisiológica da conduta dos seres humanos. Esta conclusão é baseada nos resultados das investigações de neuroimagem do efeito da psicoterapia em pacientes com transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de pânico ou transtorno depressivo maior unipolar; o que demonstra que as funções e os processos implicados na atividade cerebral afetam a atividade cerebral e a plasticidade. Os resultados dos estudos sobre o efeito placebo também convergem para a mesma conclusão, ou seja, que os processos mentais baseados na mente produzem atividade cerebral. Estes estudos mostram que a mera crença e a expectativa criada pela ingestão de um medicamento placebo, modula a atividade fisiológica e química do cérebro. Fonte. https://www.cognifit.com/br/mente


Cérebro como a Mente Funciona.


"Cérebro no Comando – Neurociência está no nosso dia a dia" o cérebro maestro, organizador, seletivo e integrador dos sistemas biológico, psicológico e social que organizam nossos pensamentos, desejos, emoções, movimentos por meio dos sentidos e percepções. O cérebro e a mente possuem uma infinidade de possibilidades que precisam ser potencializadas e desenvolvidas. “O cérebro é o nosso fiel escudeiro, use-o para não perder suas potencialidades.”


Neurobiologia das emoções.


A tematização das emoções como questão relativa ao conhecimento é uma perspectiva bastante arcaica na cultura ocidental. Voltando os olhos ao mundo grego antigo, é possível encontrar no conceito de paqos (pathós) a ideia de paixão, entendida no âmbito da filosofia helênica como raiz dos males e da infelicidade do homem, devendo, pois, ser moderada e, quiçá, dominada. Inscreve-se neste horizonte, por exemplo, a concepção platônica de alma tripartida, sendo mortais as duas porções correspondentes às emoções – concupiscente e irascível – e imortal (divina) a alma racional.


Assim, pois, a complexa relação emoção–razão tornou-se mote recorrente no pensamento de diferentes filósofos, os quais formularam concepções, as mais variadas, para explicar as origens e o papel das emoções na condição humana. Este foi, precisamente, o caso do pensador francês René Descartes, que, em suas Meditações Metafísicas, chega à concepção de uma substância pensante (res cogitans) completamente separada da "substância do mundo" (res extensa), facultando, assim, uma genuína cisão entre corpo e mente. Para Descartes, a res cogitans pertence à razão e ao pensamento, enquanto ao corpo (res extensa) pertencem as emoções, caracterizáveis como confusas e não críveis em relação aos conteúdos de verdade. Ao contrário, o filósofo Baruch de Spinoza concebia que a "substância pensante e a substância extensa são uma mesma substância, ora compreendida como um atributo, ora como outro" (Spinoza, 1997: Livro II, Proposição VII)5. Nesses termos, razão e emoção e, de resto, a própria constituição orgânica – pertenceriam a uma mesma natureza.


De um problema genuinamente filosófico, as relações entre corpo e mente e entre razão e emoção passaram a ser também investigadas no âmbito teórico de outros saberes, como a psicologia, a psicanálise e a biologia, a partir da segunda metade do século XIX e princípios do século XX. O que marca esse período é o interesse científico voltado para os processos cognitivos, os quais incluem as atividades mentais relacionadas à aquisição de conhecimento e conectadas ao raciocínio e à memória. Esse anseio elucidativo explica-se pela maior comensurabilidade da cognição, levando ao desenvolvimento da chamada "revolução cognitiva". A partir de então, realizaram-se inúmeras investigações, as quais culminaram na proposição dos mecanismos envolvidos na percepção, atenção e memória. Ademais, os poucos autores que se voltavam às emoções, concebiam-nas de modo "segmentado", tratando os "circuitos emocionais" como eventos à parte e independentes das demais atividades neurais.


Mais recentemente a partir do desenvolvimento de novas técnicas especializadas de pesquisa em neurofisiologia e em neuroimagem, vem-se ampliando o interesse pelo estudo das bases neurais dos processos envolvidos nas emoções, a partir da caracterização e das investigações sobre o sistema límbico (SL). Sabe-se, com base em diferentes resultados, que há uma profunda integração entre os processos emocionais, os cognitivos e os homeostáticos, de modo que sua identificação será de grande valia para a melhor compreensão das respostas fisiológicas do organismo ante as mais variadas situações enfrentadas pelo indivíduo. Assim, reconhece-se que as áreas cerebrais envolvidas no controle motivacional, na cognição e na memória fazem conexões com diversos circuitos nervosos, os quais, através de seus neurotransmissores, promovem respostas fisiológicas que relacionam o organismo ao meio (sistema nervoso somático) e também à inervação de estruturas viscerais (sistema nervoso visceral ou da vida vegetativa), importantes à manutenção da constância do meio interno (homeostasia).


Apesar desses avanços, muito se tem discutido sobre a possibilidade de se tratar, cientificamente, as questões relativas à emoção. Com o desenvolvimento das neurociências, postula-se que, como a percepção e a ação, a emoção é relacionada a circuitos cerebrais distintos. Ademais, as emoções estão geralmente acompanhadas por respostas autonômicas, endócrinas e motoras esqueléticas – que dependem de áreas subcorticais do sistema nervoso, as quais preparam o corpo para a ação. Com efeito, acredita-se que a ciência será capaz de explicar os aspectos biológicos relacionados à emoção, mas não o que é a emoção: esta permanece como uma questão prevalentemente filosófica.


Com base nessas premissas, o objetivo do presente trabalho é discutir os aspectos atuais da neurobiologia das emoções partindo do conceito de SL, pontuando, ainda, a importante relação entre os processos emocionais e o sistema nervoso autônomo, destacando sua interferência no controle neurovegetativo. Fonte. www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000200003


CÉREBRO É POTÊNCIA

CIÊNCIA / CINEMA / ESPIRITUALIDADE / ESPORTES


Prepare-se para descobrir que experiências como meditação, surf, filmes, música e religião são capazes de provocar nos neurotransmissores os mesmos efeitos que alucinógenos; mas até onde vai nossa consciência?


Cérebro é potência. A química da massa cinzenta dentro de nosso crânio cria tudo o que sentimos, vemos, pensamos. As portas da percepção da realidade, como definiu Aldous Huxley, são, na verdade, receptores de neurotransmissores nas membranas dos neurônios. Há milênios, buscamos expandir e explorar essas portas e, assim, experimentar estados alterados da consciência.


“Mesmo que você volte ao estado normal, experimentar estados alterados de consciência revela novas perspectivas da existência, o que pode se transformar numa vantagem adaptativa”, sugere o neurocientista Stevens Rehen. Substâncias psicoativas, como LSD e DMT (dimetiltriptamina), são capazes de abrir os portais mentais que nos levam a essa realidade em que a lógica do tempo é distorcida e os limites da individualidade se dissolvem. Mas, na real, não precisamos de nada além de nosso próprio cérebro para mexer com a consciência.


Tomar um negocinho – seja um ácido, ayahuasca ou um copo de água com MDMA – tem os mesmos efeitos neuroquímicos que viver alguns tipos de experiências intensas em que estamos totalmente focados como, por exemplo, meditar, surfar uma onda gigante, rezar ou se entregar a um pornô na internet.


“Todos nós experimentamos estados alterados de consciência. Alguns têm isso através do esporte, outros com a religião ou uma substância psicoativa. São decisões individuais”, explica. Apesar disso, todos temos o mesmo cérebro, que segue evoluindo nos últimos 70 mil anos, e serve como substrato para os estados alterados de consciência, seja você um religioso em transe, seja uma garota vidrada em filme pornô. “É interessante observar como algumas dessas atividades são moralmente aceitas e outras, não. Consumo de drogas e pornografia são malvistos, enquanto cultos religiosos nem pagam impostos”, diz Stevens.


O que acontece no cérebro em momentos de consciência alterada é, muito simplificadamente, uma redução da influência do córtex pré-frontal sobre o restante do cérebro, e aumento da disponibilidade de serotonina, que funciona como uma chave para as tais portas da percepção. Essas interferências estão intimamente ligadas a experiências que despertam em nós a sensação de pertencimento. “É uma região cerebral conectada à noção de individualidade e sobre o que está à nossa volta”, explica Stevens.


O biólogo e neurocientista Tiago Bortolini estuda a relação entre a ideia de fusão de identidade e as torcidas de futebol. “Em um jogo importante, os torcedores que se identificam muito com os clubes sentem que a torcida e o time são uma coisa só. É muito semelhante à sensação de pertencimento provocada por drogas como o LSD”, conta. “Algumas das emoções mais sublimes que vivi envolvem futebol. Me sinto muito viva, que sou parte de um todo. Eventualmente, consigo alcançar a mesma sensação de quando medito no momento em que o Corinthians marca um gol no último minuto de um jogo importante”, relata Milly Lacombe, jornalista e apaixonada pelo Timão desde os 6 anos.


Descrever uma experiência de consciência alterada é desafiador exatamente porque nos descolamos da razão e das fronteiras que nos definem como nós mesmos. O monge budista Satyanatha, que calcula já ter meditado por mais de 2.000 horas, entende a viagem como uma imersão no reino da intuição. “O corpo físico se torna uma lembrança distante e sinto uma ligação profunda e empática com a natureza. Já tive baratos indescritíveis. Minhas experiências mais prazerosas na vida não foram sexo, foram meditação”, conta.


Em 2003, Guilherme Nascimento largou a advocacia e decidiu explorar a potência de sua mente. Fez diversos retiros, estudou ioga, rolfing (terapia corporal) e hoje trabalha introduzindo pessoas nesse universo. “Meditar não é o processo de se desligar, e, sim, de se ligar a outro lugar. O tempo fica relativizado, há uma pausa no fluxo contínuo da mente e isso traz um enorme bem-estar. Estar totalmente fixo no momento presente é a grande experiência”, conta.


Esquecer as paranoias do mundo e se permitir curtir o agora, ignorando o tempo e se conectando com outros contextos, é também como se sente Mayara Medeiros, diretora e produtora de cinema, quando encontra “o pornô perfeito”. Ocasionalmente, filmes eróticos fazem com que ela viaje. “Eu paro de perceber meu corpo, me teletransporto para a cena. Tem também uma sensação de quebra de paradigma. Mulher se masturbar é transgressão”, conta. A escritora Thaís Mayume experimenta sensação parecida com filmes de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo). “Essa prática ainda é tabu e vendo os filmes me sinto dentro de um grupo específico”, conta.


Para a ciência, pouco importa se nos sentimos parte de um clube sexual, de uma torcida de futebol ou nos aproximamos da natureza. A neuroquímica cerebral envolvida nas reações é basicamente a mesma. “A gente racionaliza demais o que é bom ou ruim para nós, mas muito disso é preconceito. Minha catarse assistindo a um pornô pode ser muito parecida com a de um evangélico durante um culto”, diz Mayara.


Pastor da Igreja Batista do Caminho (Rio de Janeiro) desde 2012, Henrique Vieira tem 31 anos. Filiado ao PSOL e colunista da Mídia Ninja, ele se afasta dos estereótipos que rondam os evangélicos no Brasil, sem negar o poder da vibração comunitária. “Em momentos profundos no culto, quando há comunhão, o tempo se dilui. Deus age nesse lugar que escapa da compreensão. Não diria que é algo irracional, e sim transracional, porque transcende a razão, não a contradiz. Deus está aí, mas não depende disso para existir”, conta.


O prazer que acompanha os estados de consciência alterada pode ganhar nomes diferentes de acordo com o contexto em que acontecem, mas é sempre fruto da explosão de serotonina e outros neurotransmissores no cérebro. Para os judeus, a sensação é chamada de sassom. “Em momentos de transe durante cantos e orações, sinto uma alegria que é um júbilo. Uma felicidade que não vem de nenhum entendimento, vem da inclusão, da percepção de fazer parte de um fluxo. Quando abandonamos as questões pessoais, encontramos o vínculo divino”, explica Nilton Bonder, rabino em atuação há mais tempo no Brasil e autor do livro A alma imoral.


É muito frequente que as imersões no lado B da consciência sejam interpretadas como místicas ou espirituais. E isso independe de religião. Rodrigo Resende é médico e surfista big rider. Desde os 12 anos, se joga no mar em busca de ondas cada vez maiores e se tornou um dos mais premiados brasileiros da categoria. Ele encara paredões de água de mais de 20 metros. Nessas horas, gosta de estar sozinho no mar. Quanto menos gente, maior é a interação de Rodrigo com essa força misteriosa que o atravessa. “Não é só físico. Sinto uma presença maior. Não sei se são espíritos, mas surfo com eles, através deles, eles comigo. Quando estou em harmonia com o planeta, eles me enviam a onda. Sinto que estou no lugar certo e tudo acontece em câmera lenta. Parece que vou cair, mas não caio. Sinto que alguém me segurou, que estão me guiando”, relata.


Na máquina da ressonância magnética, nossos cérebros são iguais: neurotransmissores produzidos comunicam células e desencadeiam uma tensão elétrica poderosa. A percepção das consequências desse fato, porém, é tão diversa quanto possível. Deus, gozo, gol, mar. Um abismo separa os pragmáticos acontecimentos cerebrais das interpretações individuais de cada transe.


Autor de sete livros sobre a filosofia da mente, o cientista Bernardo Kastrup questiona se a consciência é mesmo gerada pelo cérebro. “Não parece haver nada a respeito das partículas materiais, nem carga, nem massa, que nos leve a compreender as características das experiências individuais. Na minha visão, a consciência não é gerada por partículas cerebrais, ela é universal, sempre esteve na natureza, não depende de nada para existir, nem do cérebro”, arrisca.


A conclusão de que a consciência transcende a biologia humana é compartilhada também pelo monge Satyanatha. “Existe o plano físico, mas há outros canais. Com os treinos e a meditação, é possível começar a captar o resto da realidade e entender que não estamos presos na matéria. É a libertação do aprisionamento da matéria”, diz.


Seja matéria ou antimatéria, é fato que a consciência tem gigantesco impacto em nossas existências e que há ainda muito o que descobrir sobre a maneira como a percebemos. “Tem muita coisa não explicada porque a ciência ainda não chegou lá. Mesmo as experiências místicas vêm dos neurotransmissores”, defende Stevens.


Nascido nos anos 20, o norte-americano Julian Jaynes foi um dos principais filósofos da mente do século passado. Seu livro The origin of consciousness in the breakdown of the bicameral mind, de 1976, chamou a atenção por sua teoria sobre a origem da consciência humana. Ele acreditava que, durante certo momento da história, os Homo sapiens viveram sem se dar conta da própria consciência. Atribuíam a alucinações as vozes que existiam em suas cabeças e que lhes diziam o que fazer. O desenvolvimento da linguagem, especialmente da palavra eu, teria transformado essa realidade e gerado a noção de consciência como a entendemos hoje.


A teoria inspirou a série Westworld, que estreou mês passado sua segunda temporada, na HBO. A diferença é que, na obra, quem nota a própria consciência são os robôs, que até então só existiam para entreter humanos. “Máquinas cada vez mais inteligentes desenvolverão consciência? Seria uma grande quebra de paradigma”, arremata Stevens. Pra pensar...




Hipnose religiosa:


Quando a explicação para o transcendental está no nosso cérebro


Em qualquer culto religioso, todas as sensações que aparentam transcendência, podem ser explicadas com uma única palavra: “HIPNOSE”.


Falar em línguas, incorporar Santos, possessões demoníacas, resposta de orações, sentir a presença de Deus, cair, pular, girar, psicografar, chorar. Para muitos religiosos que passaram por uma experiência de transcendência espiritual, tudo isso parece muito real.


Mas o motivo de tudo isso pode ser descrito em uma palavra: hipnose!


Não falaremos aqui sobre a hipnose de palco. Não se trata, portanto, de uma a análise do trabalho de Fabio Puentes ou Derren Brown – se realmente hipnotizam pessoas, fazendo-as agir da forma como estes hipnotizadores querem que façam. Trataremos da hipnose corroborada pela comunidade científica e que é bastante comum em cultos ou rituais religiosos.


“Hipnose é um procedimento no qual um profissional sugere que a pessoa experimente mudanças em sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos.”

Associação Americana de Psicologia


Visto a citação acima, responda: onde mais acontecem estas mudanças de sensações, percepções, pensamentos ou comportamentos?


Igrejas? Centros Espíritas? Seitas e rituais de maneira geral?


Quando frequentamos esses locais vemos pessoas falando em línguas na igreja católica. Mais tarde na igreja evangélica, durante o culto, observava pessoas pulando, gritando, rodando e caindo com um simples toque do líder religioso. No centro de umbanda um Santo tomando posse do corpo de uma mulher, fazendo-a falar com a voz alterada e uma postura descomunal. Num centro espírita Kardecista, presenciamos médiuns vendo espíritos, psicografando e canalizando.


Ao final de qualquer culto, independentemente de qual Deus ou autoridade sobrenatural se comunicava, a sensação dos fiéis era a mesma – uma experiência única e utópica, acompanhada de bem-estar, alivio intenso e sentimento de renovação.


“Deus agiu esta noite”, “Deus não se prova, mas se sente”, “Deus esteve presente”.

Mas, será?


A explicação para os “fenômenos” do sobrenatural, encontramos no livro “Racional: A visão da descrença” (www.racionalolivro.com.br), que as causas dos mesmos são explicadas pela a neurociência, pela psicologia e pela psiquiatria (que, apesar de não ser considerada exatamente uma ciência, faz uso de técnicas baseadas na ciência).


O ESTADO DE TRANSE OU DE ALTA CONCENTRAÇÃO


Antes de começarmos, o primeiro tema a ser tratado é o que chamaremos de “estado de transe”. Quero deixar claro que a semântica da palavra não importará, mas sim a intenção didática da analogia que farei uso, visando simplificar a compreensão de como a hipnose está presente nas instituições religiosas de forma geral.


O estado de transe fará alusão ao foco excessivo, à atenção extrema que faz o sujeito suscetível a sugestões. Não entendeu? Vou simplificar:


Todos nós entramos e saímos do estado de transe o tempo todo. É simplesmente um estado de foco natural: quando nos sentamos em frente ao PC para ficar quinze minutos e não vemos que passam as horas; quando, ao estar dirigindo, damo-nos conta que estamos chegando ao destino, tendo a impressão de não ter notado nada do caminho percorrido; quando nos apaixonamos e não conseguimos ver ou pensar em mais nada (e soltamos um clichê: “estou hipnotizado”). Basicamente o estado de transe acontece quando o consciente “perde” o controle para o inconsciente, suprimindo as tentativas de confirmar as informações vindas dos sentidos. Tudo passa despercebido, inclusive sugestões, já que o senso crítico baixa e o cérebro aceita-as achando que “ele” quem está decidindo.


O transe pode ser dado por qualquer coisa que prenda o foco – imagem, som, cheiro, objeto de pensamento, etc. – e os efeitos fisiológicos incluem relaxamento total, sensação de conforto, experiência positiva e agradável.



Antigamente, acreditava-se que a hipnose era um estado de sono (daí se originou o seu nome, já que hypnos, na mitologia grega, era o Deus do sono), mas na verdade a hipnose está mais para um estado de alta concentração.


Aliás, já adianto que, mais à frente, quando fizer uso da palavra “igreja” e “pastores”, entendam que me refiro não exclusivamente a estes, mas a toda instituição e líderes que fundamentem o sobrenatural.


O que demonstrarei não faz alusão aos pastores como bons hipnólogos (isto depende), mas as influências do ambiente, da crença e outros fatores que geram o estado hipnótico.


“Tudo o que precisamos fazer é ajudar as pessoas a se moverem de um transe negativo para um transe positivo.”

Milton Erickson (criador da hipnose Ericksoniana)


Erickson afirmava, que o objetivo da hipnose era ajudar as pessoas a irem do transe negativo para o transe positivo, através de várias estratégias que demonstrarei neste texto. O transe negativo refere-se sempre a algum sintoma impregnado na mente das pessoas, enquanto o transe positivo (o qual se tenta induzir), à cura.



O transe refere-se ao estado de alta concentração. Imagine, portanto, o transe o estado de oração: fecham-se os olhos, ouvem-se as pessoas ao redor, o pastor ao microfone, a música e tudo o mais, enquanto foca-se veemente em conversar com Deus. As sugestões são dadas por outros fatores que veremos adiante, e o transe junto às sugestões acarreta um “loop hipnótico”. Ao fim do artigo, tentarei esclarecer porque as pessoas falam em línguas, pulam, caem, giram e extasiam-se a ponto de crer que suas sensações provam suas crenças.



O LOOP HIPNÓTICO – “PAI” DO DELÍRIO


Para que o transe positivo (a “cura”) seja induzida, existem requisitos obrigatórios, e a estes darei o nome de “loop hipnótico”. Ele é essencial para que a hipnose funcione e altere as percepções sensoriais de realidade, aprofundando a fé.


O primeiro requerimento para adentrar a transe é a CRENÇA. A crença condiciona o cérebro, gerando o segundo requerimento, a EXPECTATIVA. A expectativa “ativa” imediatamente o terceiro requisito, que proporcionará ao transe as sensações fisiológicas propícias ao que a pessoa crê, a IMAGINAÇÃO. A imaginação, portanto, gera as sensações NEUROFISIOLÓGICAS, requisito este que reforça a crença e gera a EXPERIÊNCIA.


Crença > Expectativa > Imaginação > Neurofisiologia > Experiência > Crença > etc.


Agora vou aplicar o loop hipnótico em um centro de Umbanda que comumente o “santo baixa” nos fiéis. Mas antes cabe explicar uma das maiores descobertas da neurociência, o NEURÔNIO-ESPELHO. Não me aprofundarei neste assunto, mas resumirei o porquê deste neurônio ter sido essencial para nossa sobrevivência como espécie: nossos ancestrais dependeram de sua capacidade de se socializar para sobreviver (criando grupos/ comunidades). O neurônio-espelho é responsável pela adaptação de nosso comportamento em grupo. Ao adentrarmos uma comunidade, tendemos a falar e agir como eles. O neurônio-espelho favorece que as adaptações ocorram de forma natural.


Gosto de citar como exemplo uma pesquisa realizada em 1971 na Universidade de Stanford, sob a coordenação de Philip Zimbardo. Foram selecionados 24 universitários do sexo masculino e o objetivo da pesquisa era simular uma prisão durante duas semanas. Por sorteio, metade dos sujeitos foi selecionada a serem guardas e a outra metade prisioneiros. Contudo, após seis dias de experimento a pesquisa teve que ser cancelada, já que a maioria dos participantes incorporaram os papeis que lhes foram designados, perdendo a distinção entre realidade e ficção. Isso fez, por exemplo, com que a violência e crueldade irrompessem de forma descontrolada na relação dos guardas para com os prisioneiros, e que muitos destes apresentassem imensas perturbações emocionais. Essa pesquisa acabou se tornando um experimento demonstrativo de que nos adaptamos de forma automática, mesmo em situações contra a vontade própria.


Sabe aquele vídeo bonitinho que seu amigo postou? Aquele, de uma criança de três anos de idade, na igreja orando, levantando as mãos, fazendo gestos e caras? Bom, aquilo não significa nada. É apenas o neurônio-espelho da criança agindo, fazendo-a imitar os gestos e comportamentos que lhe são comuns culturalmente. O neurônio-espelho providenciará que esta criança cresça e tenha seu comportamento influenciado pelos grupos que frequenta. Lembra-se daquele clichê, “diga-me com quem andas e te direi que és”?


Agora que você sabe como funciona o neurônio-espelho, voltemos ao centro de Umbanda onde comumente o “santo baixa”. Os frequentadores do centro acreditam no que seguem, certo?


Se acreditam, então geram uma expectativa sobre aquilo (seja em forma de vontade ou medo). O cérebro já conhece os comportamentos, gestos, tom de voz e postura que uma pessoa com o “santo no corpo” expressa, e “grava” estas informações no inconsciente. Em um transe (ritual para chamar o santo) recheado de sugestões para aprofundá-lo (música e outras que explicarei adiante), dá-se início a imaginação que logo induz as sensações neurofisiológicas (“o santo baixou”) e finalmente gera a experiência que reforça a fé.


Agora vou aplicar o loop hipnótico com o fenômeno da glossolalia (falar em línguas) e depois você mesmo pode aplicar o loop em qualquer “fenômeno sobrenatural”. Vamos lá:


 O primeiro requerimento para adentrar a transe é a CRENÇA:

“Na igreja que frequento as pessoas falam em línguas.”


 A crença condiciona o cérebro gerando o segundo requerimento, a EXPECTATIVA:

“Acho tão bonito falar em línguas, gostaria tanto de conseguir falar.”

* Um detalhe: a pessoa observa o fenômeno e aquilo só acontecerá com ela se ela acreditar (falar que não acredita, mas ter medo ou receio, ainda é acreditar…)


 A expectativa ativa imediatamente o terceiro requisito, que proporcionará ao transe as SENSAÇÕES NEUROFISIOLÓGICAS propícias ao que a pessoa crê, através da IMAGINAÇÃO:

*Aqui o inconsciente, que já tem conhecimento sobre o fenômeno que se viu e se esperou, já está condicionado e o reproduz através da imaginação (a grande arma da hipnose).


 A imaginação propicia um estado alterado de consciência, que gera a transe por dissociação mental. Ou seja, a mente opera em dissociação – uma parte “sonha” e vivencia, enquanto a outra permanece conectada ao mundo externo. Esse estado passa a ser vivido como realidade, reforçando cada vez mais o loop hipnótico, ad infinitum.


É exatamente por causa da imaginação que a pessoa que fala em línguas na igreja católica, não as falaria no candomblé. O santo que baixa na umbanda, não baixa na católica. O demônio que toma posse na igreja evangélica, não toma posse do presidente dos EUA e autoriza um ataque nuclear.


Quem experimenta um transe hipnótico na igreja, experimenta uma realidade vívida e profunda com seus sistemas imaginativos. Em outras palavras, a pessoa acredita, imagina – e aquilo que imaginou, torna-se real. Ao contrário do que muitos pensam, a hipnose não é um controle de mente, mas uma influência dela.



Enquanto o sujeito está em transe (orando) recebe mensagens que o ajudam a aprofundar o transe e induzir o cérebro ao que a neurociência chama de auto resposta, uma resposta à oração: “Deus irá te proporcionar aquilo que você está buscando! Ele conhece sua batalha, e aquele que busca no Senhor não será desamparado!”. Observem que a sugestão é genérica. Como citado no livro “Racional”, esta sugestão é conhecida por proporcionar o “efeito Forer”; em outras palavras, a sugestão do pastor de que Deus irá proporcionar o que a pessoa está buscando, e que parece ser exatamente para o sujeito que a está ouvindo, é interpretada por todos os sujeitos em transe (orando) como dirigida a cada um deles, mesmo que estejam se concentrando em objetivos diferentes. Desta forma, o sujeito que está buscando melhora na vida amorosa ou profissional, na saúde, na pretensão futura, achará imediatamente que a mensagem dada inconscientemente é a resposta de Deus para sua oração. Agora o sintoma – “não posso, não mereço, não devo, não consigo” – transforma-se em – “você pode, você consegue, você merece, Deus está com você, Deus proporcionará” – dando a impressão de estar sendo respondido pelo próprio “Senhor do universo”.


Um experimento em que uma goteira pingava na testa do sujeito durante a fase de sonhos mais intensos e vívidos, a fase do sono REM. Estancaram a goteira e, logo em seguida, acordaram o sujeito, que ao ser questionado, afirmou estar, em seu sonho, se afogando em uma cachoeira. Isso demonstra o poder de figuração do cérebro durante um estado de transe profundo. Para uma sensação “x”, é produzida uma imagem “y” que a representa.


Imagine o sujeito que estava orando e que deseja que Deus o toque. De repente, o pastor encosta as mãos em sua testa e o empurra. O sujeito deixa-se cair e o restante fica ao poder de figuração da sua própria imaginação.


COMO A MENTE CRIA TUDO ISSO?



A hipnose aplicada em clínica possui um feedback que diverge de pessoa para pessoa. Algumas descrevem a experiência como um estado alterado de consciência, já outras como um estado normal de alta atenção, no qual se sentem muito calmas ou relaxadas. As pessoas dentro da igreja almejam algo que vem do sobrenatural, seja esse algo uma cura, o reconhecimento de um agradecimento ou a resposta a uma súplica. Assim, descrevem a experiência não como um estado alterado de suas consciências, mas como um estado normal, já que para elas os “fenômenos” presenciados na igreja são ocorrências comuns.


Mas como a mente funciona e como a imaginação é capaz de criar a realidade?


Há alguns anos atrás fui diagnosticado com síndrome do pânico e os primeiros sintomas sempre estavam ligados aos sintomas do infarto – braço esquerdo dormente e dor forte no peito. Isto ocorria porque, ao achar que estava morrendo, eu imaginava que ia ter um infarto, e conhecendo os sintomas, inconscientemente minha mente – associada à minha crença de que poderia ter um infarto + expectativa (medo) de tê-lo – produzia-os. Estas “associações desassociadas”, como costumo chama-las, são comuns e me permitem afirmar que a convicção de achar-se doente “conduz” a doença, bem como a convicção da cura pode levar à cura.


Abaixo alguns requerimentos para que as sugestões funcionem na mente:


1 – Autoridade


Na hipnose terapêutica é necessário que o sujeito acredite e colabore com a autoridade que está aplicando a técnica. Já nas igrejas, a indução ao loop hipnótico é mais fácil, já que a expectativa é firmada não somente na autoridade que está à frente do culto religioso, mas no próprio Deus. Neste caso, ainda que o sujeito tenha algum senso crítico relacionado ao seu pastor, ele carece da crítica para com Deus;


2 – Música


Algumas cerimônias constituem uma série de estímulos auditivos, obtidos com tambores, flautas, sinos e cordas. Desta forma, os participantes entregam-se a uma frenética dança giratória, chegando à dissociação do consciente (mantendo-se conscientes, mas com o corpo controlado pela mente inconsciente), produzindo histeria, gritos, saltos ou gestos que que lhes parece culturalmente normal. Todos conhecem os poderes da música, não?


3 – Técnicas


Percebam que estou falando de métodos que funcionam à indução, mas que não necessariamente sejam conscientemente empregadas pelo executante das técnicas. Em outras palavras, o pastor que “prega” eficiente muitas vezes o faz por saber da efetividade de fazer daquela forma, mas não necessariamente saiba como aquilo funciona.


Ainda não ficou claro? Imagine que um “bom” pastor tenha tom de voz, ritmo de fala e de respiração, olhar e postura corporal adequados a um hipnotizador. Portanto seria o pastor um hipnólogo? Talvez não. Ele somente considera-se e é considerado e um pastor eficiente. Inconscientemente sabe prender o foco das pessoas. Apenas!


Claro que existem casos específicos de pastores hipnotistas profissionais que sabem, por exemplo, que uma vez que um feito hipnótico é realizado com sucesso, o resto da plateia se torna muito mais suscetível. Desta forma o pastor pode conseguir um fenômeno conhecido como histeria em massa (uma igreja “pegando fogo”).


4 – Sugestão de mudanças


Para se conseguir a transe de forma mais fácil/rápida, pode-se adotar medidas drásticas arraigadas à doutrina, sugerindo mudança de hábitos no vestir, comer, agir com a família, comportamentos, etc.


No comer é usada à técnica do jejum prolongado, no qual se propicia uma falta de nutrientes ao cérebro que estava acostumado com a ingestão comum e agora fica lento, favorecendo a aceitação de sugestões e melhorando a imaginação.


No vestir e nos comportamentos obrigam-se as pessoas a usar determinadas roupas, pinturas, cortes de cabelo, amuletos e entoar mantras e cânticos que favorecer a sensação de incomum na sociedade (não ser do “mundo”), para levar a uma despersonalização por submissão e aceitação.


No familiar e social, em muitas seitas de origem hinduísta, tiram-se os adeptos de seu núcleo familiar, isolando-os de todo vínculo afetivo e os deixando com uma sensação de fragilidade e carência, que só serão preenchidas pela “nova família”. Desta forma, o guru substitui os pais e os membros da seita são chamados de irmãos.


5 – Obediência


A obediência plena e reiterada é um meio extremamente propício para se iniciar um processo de alienação, de desapropriação de si mesmo e de sacrifício da própria identidade. Obedecer e servir ao Pastor reiteradamente, nem que seja encenando o que ele sugere, desloca o foco e a percepção na direção da vontade dele. Passa-se a perceber o mundo e a si mesmo como o Pastor percebe, enfim, ficando totalmente dominado e sugestionável.


DEUS MUDOU MINHA VIDA E CURAS PELA FÉ


Nossa sociedade está acostumada com um médico que, de cada dez pessoas, curou nove, já que “estudou para isto” e esta seria sua obrigação. Contudo, se um curandeiro, diante de cem pessoas que visitam seu templo, “cura” apenas cinco, o povo associa ao milagre de alguma entidade.


O filósofo Giordano Bruno manifestou isto bem numa frase: “consegue mais o bruxo pela fé, que o médico com a verdade”.


Por diversas vezes ouvi relatos de que Deus mudou uma vida. Pessoas que alteraram seus hábitos, comportamento e padrão de vida quando conheceram a Jesus Cristo. O livro, cita estudos que comprovaram que nossas ações são decididas apenas 5% com o consciente, sendo os outros 95% determinados inconscientemente.


O consciente não se sente confortável com mudanças, mesmo que sejam de nosso interesse. Sua resposta à mudança de comportamento é rígida e unidimensional.


Neurologicamente, quase todas as mudanças de comportamento e reformulação de hábitos e padrões de vida começam e são controladas por nosso inconsciente.


Para mudar o comportamento de forma efetiva é necessário enviar informações diretamente ao inconsciente. Para alterar de forma eficaz antigos padrões de comportamento, a informação deve ser diretamente indireta, mas não manipulativa, e ter a intenção apenas de informar, acrescentando novas informações às antigas. Erickson dizia que não é possível instruir o inconsciente de forma consciente e que sugestões autoritárias enfrentariam resistência. O inconsciente responde a aberturas, oportunidades, metáforas, símbolos e contradições.

A sugestão hipnótica eficaz deve, então, ser “ardilosamente vaga”, deixando espaço para o sujeito preencher as lacunas com seu próprio entendimento inconsciente – mesmo que não consiga entender, de maneira consciente, o que está acontecendo. As transformações ocorridas em cultos ao sobrenatural dão-se pelo inconsciente sugestionado, mas as pessoas associarão tais mudanças à entidade que lhes é comum, enquanto todas as mudanças evoluem a partir de sua própria vontade inconsciente.



Por fim, a hipnose, a meditação, as orações, entre outros de mesma espécie, também influenciam a cura pela fé ou pelo otimismo, também conhecidas como efeito placebo (crença + expectativa que geram aumento do sistema imunológico e colaboram com a cura). Quem de nós nunca assistiu a programas religiosos demonstrando pessoas que sentiam dor e pararam de sentir durante o culto? Os transes podem provocar um extremo relaxamento e isso diminui a dor por dois caminhos:


1. Crescem os níveis do neurotransmissor serotonina, qual vai se concentrar nas áreas cerebrais encarregadas de processar as mensagens químicas de dor, atenuando a sua intensidade. Ademais, diminui o cortisol, hormônio do estresse, que poderia intensificar os sinais dolorosos por nervos espalhados pelo corpo. Então, aquele sujeito que parou de sentir dor durante o culto, volta a sentir dor mais tarde ou deixa de sentir se a causa da dor fosse psicossomática.


2. O transe ainda estimula a produção de moléculas chamadas de moduladores imunológicos que, feito chaves, ligam-se às células de defesa, regulando a sua ação. Assim, evitam que as defesas do organismo ataquem tecidos do próprio corpo. As células imunológicas do sangue tornam-se mais eficientes sem o “freio” do cortisol, o que explica o transe ajudando no tratamento de sujeitos imunodeprimidos.


COMO A HIPNOSE CHEGOU NA RELIGIÃO?


Antes de Franz Anton Mesmer (1734-1815), pai da hipnose moderna, os estados de transe em seus modos de indução estavam relegados ao plano do sagrado, do sobrenatural. Antes do advento da Medicina, como um corpo especifico e privilegiado de conhecimentos e práticas cientificas para a produção ou restabelecimento da saúde, a cura era um processo que estava sempre ligado ao sobrenatural e que passava, invariavelmente, pela religião. Foi Mesmer quem conduziu a prática hipnótica do campo religioso para o campo médico. Hoje o campo da ciência já conhece os variados efeitos de um transe hipnótico e como gerá-los, mas o trabalho de explicá-los na religião ficou por minha conta.


 
 
 

4 comentários


Murilo Vieira
Murilo Vieira
24 de abr. de 2023

Salve Deus! Que meu pai Seta Branca te ilumine, irmão, e que te dê um emprego, pq pra fazer essa pesquisa toda para desmoralizar uma doutrina é mt falta de lote pra capinar. Vejo que é um site cristão, poste algum que realmente seja importante, fé não se desculte, cada um crêr naquilo que acredita. Peço a nosso senhor Jesus Caminheiro muita prosperidade e coisas benditas na sua vida, pq para o seu tempo pra tentar acabar com um doutrina é ter uma vida INFELIZ. Boa noite e Graça a Deus!

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Silvio Batista
Silvio Batista
25 de abr. de 2023
Respondendo a

Já notou que, quando você apresenta fatos as pessoas que são apegadas profundamente as suas crenças, elas não mudam de ideia! Na verdade, as pessoas parecem se fechar em suas crenças, mesmo com evidências esmagadoras contra elas. A razão está relacionada com sua percebida cosmovisão, que é ameaçada pelos dados conflitantes.


As forças seculares que invadem a fé religiosa, este poder de crença sobre a evidência é o resultado de dois fatores: Dissonância cognitiva [Efeito de retrocesso]. “Os membros das seitas procuraram freneticamente convencer o mundo de suas crenças”, e fizeram “uma série de tentativas desesperadas em apagar sua dissonância, fazendo previsões após previsões, na esperança que se tornassem realidade”. Isto é dissonância cognitiva, ou tensão desconfortável, que ocorre quando…


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Murilo Vieira
Murilo Vieira
24 de abr. de 2023

Ja que o senhor usa tanto a lógica, me explique como uma pessoa morre e volta dps de 3 dias?

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Silvio Batista
Silvio Batista
25 de abr. de 2023
Respondendo a

O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós. E melhor tentar se agarrar à realidade do jeito que ela realmente é do que persistir em ilusões, por mais reconfortantes que elas sejam. Por menos acolhedor e mais adverso que o cosmos possa nos parecer, a verdade é que ele opera independentemente de nossos desígnios. Seremos nós que sempre vamos precisar nos adaptar ao Universo se quisermos sobreviver nele, e não o contrário. A chave para esta adaptação estaria em tentar constantemente entender a natureza das coisas por meio da ciência.

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